Num espaço de 55 minutos conduzido pelo radialista Zacarias Capoco, o representante da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), Chico Sandro, o professor David Calivala e o escritor Gociante Patissa abordaram a situação dos direitos do autor, tendo como pano de fundo a entrada em vigor da Lei 15/14, de 31 de Julho, da Protecção dos Direitos de Autor e Conexos nas áreas das Artes, Literatura, Ciência. A mesa-redonda foi da iniciativa da Rádio Mais, na cidade do Lobito, no sábado, dia 30.05.15
domingo, 31 de maio de 2015
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Sou dos que têm preferido uma postura contemplativa
quanto aos acontecimentos de 17 de Abril no monte Sumi (ou será Sumé?), município
da Kahala, província do Wambu, desde logo pela nebulosidade que paira sobre o
que realmente se passou no confronto entre as forças da ordem e os fiéis da
Igreja de Kalupeteka (também não uso a palavra seita, considerando haver tantas
e várias denominações religiosas na mesma condição de aguardarem por um
posicionamento do Ministério da Cultura, em causa a requisição de legalização).
Dados oficiais quantificam nove agentes policiais assassinados e 13 civis da
outra parte. Sou também dos que deploram a violência e seus efeitos colaterais,
o que independe de quem a pratique, esperando que a justiça cumpra o seu papel
. Posto isto, vou para o que nos traz hoje. O nome do monte que foi palco da
tragédia vem surgindo na imprensa, à boa maneira angolana no que respeita à
toponímia. Ora Sumi, ora Sumé. É a velha questão do desleixo de uma sociedade e
a arbitrariedade oficial quando se trata de nomes e ou substantivos nas línguas
africanas, onde o proverbial e a parábola são ignorados. Partindo de novo por um
exercício de especulação, na hipótese de ser uma palavra na língua Umbundu,
exclui-se a possibilidade de ser Sumé por dois motivos: (a) são raras, se é que
existem, as palavras com terminações silábicas tónicas e (b) não se vislumbra
para já uma imagem que se possa associar à palavra "sumé" como sendo
o seu significado. Depois de ouvir várias fontes, algumas das quais com raízes
naquela região, parece evidente que seria Sumi, o modo imperativo do verbo
“okusuma” (adivinhar), pronunciado de maneira silabada [su-mi]. Aqui
chegados, até parece que o nome do monte foi profecia concebida para os tempos
de hoje, pois, meus amigos, não havendo relatos de testemunhas oculares sobre o
que realmente se passou... “Sumi!”, quer dizer, adivinhem!
Gociante Patissa, Benguela 21.05.15.
Gociante Patissa, Benguela 21.05.15.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
okuti kilu lyeve ndukombe
ndipita ombamba
ndonelehõ yakala lomenle
kekumbi ka yi ko vali
yowuka lutanya
mwapita ofela
noke yaloluka»
TENTATIVA DE TRADUÇÃO
Que eu não me esqueça
de que sou hóspede na face da Terra
de efémera passagem
como a flor que sorriu de manhã
De tarde não se viu
com o sol murchou
o vento bateu
e ela ruiu.sábado, 2 de maio de 2015
Eunciado: são duas estrofes de
uma canção festiva Umbundu que marcou a nossa infância e adolescência enquanto
plateia do rico encontro cultural para brincar na quadra festiva, praxe da
comunidade oriunda do município do Mbalombo, residente no bairro da Santa Cruz,
Lobito.
"Ndaile kolonganyo
Kofeka yoviNgangela
Kuli olohamwe
Vilumana nda alimbondwe.
A Suswana
Ku lile vali
Ame syendi vali
Ñala olotembo vyosi."
Nota: As três melhores tentativas de tradução
serão recompensadas com um exemplar do livro FÁTUSSENGÓLA, O HOMEM DO RÁDIO QUE
ESPALHAVA DÚVIDAS, contos com que Gociante Patissa procura homenagear o bairro
Santa Cruz, que lhe deu as agruras para amadurecer e as felicidades para o
necessário equilíbrio humano. Tente, que você é capaz.
Ngundji José ''Fui a procura do pão
em terra dos Ngangelas
há mosquitos
que mordem quanto abelhas
Óh Suzana
não chores mais,
que não irei mais
O Senhor é o dono dos tempos''.
A sekulu ame nda seka andi po naito Gociante Patissa
·
THáciio Uãnda Fui trabalhar
Na terra dos Nganguela
Tem mosquito
que mordem como as abelhas
Oh Suzana
não chores mais
eu Já não vou mais
ficarei o tempo todo
·
Adolfo Chaiqua Fui no trabalho
no pai's "terra"dos NGanguela, tem mosquitos mordem como bichos. OH
Suzana nao chora mais, eu nao vou mais ficarei todo tempo.
·
Gociante Patissa "Wasema
waimba" (o desafinado também cantou), Ngundji José.
·
Gociante Patissa Yayevala (bem
recebido), Adolfo Chaiqua
·
Gociante Patissa Olavoka ka kavi
(a paciência é uma virtude), THáciio Uãnda
·
Ngundji José Mba mba, a sekulu!
·
THáciio Uãnda E que tal a
classificação kota?
·
Gociante Patissa O provérbio em
que te citei responde a tua pergunta, THáciio Uãnda: a paciência é uma virtude.
·
Gociante Patissa Twakuyeva (bem
anotado), Vhadu Khorreia
·
THáciio Uãnda Está bem farei
isso
·
Vhadu Khorreia Fui trabalhar na
terra dos nganguela, Tem muitos mosquitos, Mordem tipo abelha, Suzana Não
chora, Eu não vou mais, Estarei todo tempo aqui.
·
Toni Franco Eu fui ao trabalho- na terra dos
Nganguelas - tem muitos mosquitos - mordem que nem véspras - Suzana não chores
mais - sinta-se a vontade para sempre.
·
Gociante Patissa Yapitinlã
(chegou a mensagem),
Venâncio Kanjanja Ngunga Fui trabalhar
Na terra dos Nganguela
Há mosquitos
Ferram como vespas
Oh Suzana
Não chores mais
Eu já não vou mais
Fico contigo para sempre.
·
Na
terra dos ngangela
Há
mosquitos
Que
ferram como como abelhas
Suzana
não chore mais
Já
não volto ao trabalho
Ficarei
para sempre!
Victorino Luciano Balundo Sikunda Divel fui ao trabalho ou negocio,nas terras dos nganguelas,tem mosquitos
que mordem como vespa ,ó suzana ,não chores mais,fica tranquila ,eu não
voltarei,,ficarei aque para todo tempo ou para sempre. ovilamo!!! vlbs
UMBUNDU
"Ndaile kolonganyo
Kofeka yoviNgangela
Kuli olohamwe
Vilumana nda alimbondwe.
A Suswana
Ku lile vali
Ame syendi vali
Ñala olotembo vyosi."
PORTUGUÊS
Fui à procura de trabalho
Em terras dos Ngangela
Há lá mosquitos
Que ferram como vespas
Não
chores mais
Ó Suzana
Que eu já lá não vou
Vim para ficar.
…………………….
PARECER
Teve 3 (três) falhas, sendo a primeira onde traduz «alimbondwe» como sendo
abelhas (quando na verdade se trata do plural de vespa, pois abelha é
“olunyihi”). A segunda falha, que tem muito mais que ver com a regra na língua
portuguesa do que propriamente com o Umbundu, consiste em atribuir ao mosquito
a faculdade de “morder”, quando o coitado, tal como a vespa a que é comparada,
não vai além de ferrar. A última está no verbo onde se confunde “Ñala” (de “ndi
kala”) com Ñalã (Deus).
Teve 2 (duas) falhas ao traduzir «alimbondwe» como sendo abelhas (quando na
verdade se se trata do plural de vespa, pois abelha é “olunyihi”). A segunda
falha, que tem muito mais que ver com a regra na língua portuguesa do que
propriamente com o Umbundu, consiste em atribuir ao mosquito a faculdade de
“morder”, quando o coitado, tal como a vespa a que é comparada, não vai além de
ferrar.
fez um grande esforço, mas ficou-se atrás de todos, pois não encontrou o
vocábulo correspondente a “alimbondwe”, que seriam vespas. E não foi desta que
o improviso salvou a jornada, pois soa a tautologia dizer que “tem mosquitos
mordem como bichos”, já que o mosquito, se é que fosse capaz de morder,
fá-lo-ia como bicho mesmo, o que por acaso é.
Teve duas falhas só. Uma é fazer o mosquito “morder” como vespas, quando na
verdade tanto um como a outra nasceram para ferrar. A segunda falha está no
último verso, onde traduz “Ñala olotembo vyosi” como sendo “sinta-se a vontade
para sempre”, quando devia ser “Vim para ficar”, ou fico por cá para sempre”,
por exemplo
A meu ver, 0 (zero) falhas.
Teve 1 (uma) falha só ao traduzir «alimbondwe» como sendo abelhas (quando na
verdade se trata do plural de vespa, pois abelha é “olunyihi”).
Teve 1 (uma) falha só, que é fazer o mosquito “morder” como vespas, quando até
tanto um como a outra nasceram para ferrar.
RESULTADOS
1.º Lugar para Venâncio, que não teve falha a assinalar.
2.º Lugar para Higino, que teve uma falha só.
3.º Lugar para Victorino, que teve uma falha só.
Detalhes
para a entrega do prémio serão acertados em mensagem privada. Os três
classificados receberão exemplar do livro FÁTUSSENGÓLA, O HOMEM DO RÁDIO QUE
ESPALHAVA DÚVIDAS, contos com que Gociante Patissa procura homenagear o bairro
Santa Cruz, que lhe deu as agruras para amadurecer e as felicidades para o
necessário equilíbrio humano. Tente, que você é capaz.
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