domingo, 29 de julho de 2012


Em 116 páginas, o livro de bolso "não pretende ser um ensaio filosófico sobre a filosofia Bantu, mas sim uma pista, uma referência para os cultores da língua Umbundu; e é sobretudo uma demonstração para aqueles que recorrem à adopção de nomes estranhos sem qualquer contexto histórico nem cultural do protagonista", lê-se na introdução.

Da pág. 7 à pág. 30, Yambo discorre sobre pressupostos sobre os quais assenta o nome tradicional entre os Bantu, quase sempre proverbial como se sabe. 


Já da pág. 31 em dianteo autor entra propriamente para a descrição dos nomes, uns grafados de acordo com a ortografia convencional Bantu aprovada pelo CICIBA (Centro de Investigação das Civilizações Bantu), outros apresentados também com a corruptela resultante da conhecida por “grafia Católica”, aquela instituída pelo regime colonial português – esta última é a que predomina nas instituições de registo civil e outras oficiais, sem que no entanto a pronúncia “aportuguesada” (porque determinados sons não encontram correspondente em português) tenha relevância alguma no meio de origem.

Mas como obviamente não podem caber aqui todos, vamos dar uma amostra apenas, começando com o primeiro nome da lista:

Bongue – deriva de Mbonge:
1.      Uma planta medicinal que cresce nos morros fazendo alusão à autoridade estabelecida.
2.      Lugar elevado e ao qual tudo se submete.
3.      Por extensão, Fortaleza, Administração colonial.
4.      Como nome de criança, talvez tenha nascido num momento em que o pai se encontrava detido na administração do Posto ou enviado como contratado para os serviços forçados, longe dos seus. Convém assinalar que este nome não se registou no período pré-colonial.

Breve nota biográfica do autor

Francisco Xavier Yambo, nasceu no Dundo (Lunda-Norte) em 1945. Fez os estudos secundários no Colégio de St. André (Tshikapa, junto dos Frères de Tilbourg, Bélgica) e especializou-se em ciências Antropológicas e Técnicas Documentais (Biblioteconomia, Museologia, e Arquivologia) na Universidade de Lumbumbashi – República Democrática do Congo, em 1973.

Trabalhou na Recuperação do Museu Regional do Planalto, do qual foi director de1979 a 1997, foi colaborador do núcleo do ISCED (Huambo), na cadeira de História de Angola e Professor de Antropologia Regional (Cultura Bantu) no Seminário Maior do Cristo Rei (Huambo).

É ainda autor do Dossier Ngangela – Motivo Suficiente para um Estudo Científico de Etnonímia Angolana (INALD, Luanda, 1997).

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Calomboloka okuti: nda watambula ukombe, utata ciwa, omo akuti henla na henlana wenda ale. Nda wotata lãvi, noke wiya oyeva osõi eci eye ainda.

Quer dizer que: quando receberes visita, trate-a bem, porque visita é passageira como a núvem. Se a tratas mal, depois te arrependes quando não mais estiver em tua casa.

quinta-feira, 26 de julho de 2012


"Lembro-me de um episódio interessante com uma amiga do Ghana. Ela perguntou-me qual era a língua africana que eu falava e eu disse que nenhuma. Ela perguntou qual era a nossa língua e eu disse português. E ela disse: “Sim, sim, mas isso é a língua oficial. Mas depois existem as línguas de Angola. Qual é a língua que tu falas?” E eu respondi que nenhuma. E ela disse: “Como é que tu queres ser africano? Só porque nasceste lá?” Eu quis justificar que nós, em Angola, procurámos destribalizar, dar uma noção de unicidade, de identidade comum. Mas, ao mesmo tempo, não podia negar que era prejudicial relegar as nossas línguas ao esquecimento e não termos aprendido mais esse elemento cultural que nos identificasse. Senti-me um bocado diminuído perante os meus colegas africanos."
Luaty Beirão, in «Maka Angola»


Nota Ombembwa: Essa desculpa de unicidade para justificar a negligência institucionalizada (e também individual) relativamente ao investimento no estudo/estruturação/ensino e aprendizagem das línguas nacionais é uma mentalidade que não devíamos ensinar às crianças. Triste, só reflecte a visão domi(alie)nante. Os namibianos, que têm quatro línguas nacionais por aí, a par do Inglês, são mais ou menos unidos por isso? Por que o haveria de ser em Angola, só porque os movimentos de libertação tinham como base de apoio as regiões geográficas e étnicas da sua fundação?

segunda-feira, 9 de julho de 2012

- Pirão/funji de/com lombi e peixe (fresco grelhado). Bom apetite ao almoço.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Devagar, devagar, está indo

domingo, 1 de julho de 2012

"é na forma de fazer a cama que se nota quem é desajeitado ao dormir"

Sexto Sentido TV Zimbo com o escritor Gociante Patissa 2015

Vídeo | Lançamento do livro A Última Ouvinte by Gociante Patissa, 2010

Akombe vatunyula tunde 26-01-2009, twapandula calwa!

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