Em 116 páginas, o livro de bolso "não pretende ser um ensaio filosófico sobre a filosofia Bantu, mas sim uma pista, uma referência para os cultores da língua Umbundu; e é sobretudo uma demonstração para aqueles que recorrem à adopção de nomes estranhos sem qualquer contexto histórico nem cultural do protagonista", lê-se na introdução.
Da pág. 7 à pág. 30, Yambo discorre sobre pressupostos sobre os quais assenta o nome tradicional entre os Bantu, quase sempre proverbial como se sabe.
Já da pág. 31 em diante, o autor entra propriamente para a descrição dos nomes, uns grafados de acordo com a ortografia convencional Bantu aprovada pelo CICIBA (Centro de Investigação das Civilizações Bantu), outros apresentados também com a corruptela resultante da conhecida por “grafia Católica”, aquela instituída pelo regime colonial português – esta última é a que predomina nas instituições de registo civil e outras oficiais, sem que no entanto a pronúncia “aportuguesada” (porque determinados sons não encontram correspondente em português) tenha relevância alguma no meio de origem.
Já da pág. 31 em diante, o autor entra propriamente para a descrição dos nomes, uns grafados de acordo com a ortografia convencional Bantu aprovada pelo CICIBA (Centro de Investigação das Civilizações Bantu), outros apresentados também com a corruptela resultante da conhecida por “grafia Católica”, aquela instituída pelo regime colonial português – esta última é a que predomina nas instituições de registo civil e outras oficiais, sem que no entanto a pronúncia “aportuguesada” (porque determinados sons não encontram correspondente em português) tenha relevância alguma no meio de origem.
Mas como obviamente não podem caber aqui todos, vamos dar uma amostra apenas, começando com o primeiro nome da lista:
Bongue – deriva de Mbonge:
1. Uma planta medicinal que cresce nos morros fazendo alusão à autoridade estabelecida.
2. Lugar elevado e ao qual tudo se submete.
3. Por extensão, Fortaleza, Administração colonial.
4. Como nome de criança, talvez tenha nascido num momento em que o pai se encontrava detido na administração do Posto ou enviado como contratado para os serviços forçados, longe dos seus. Convém assinalar que este nome não se registou no período pré-colonial.
Breve nota biográfica do autor
Francisco Xavier Yambo, nasceu no Dundo (Lunda-Norte) em 1945. Fez os estudos secundários no Colégio de St. André (Tshikapa, junto dos Frères de Tilbourg, Bélgica) e especializou-se em ciências Antropológicas e Técnicas Documentais (Biblioteconomia, Museologia, e Arquivologia) na Universidade de Lumbumbashi – República Democrática do Congo, em 1973.
Trabalhou na Recuperação do Museu Regional do Planalto, do qual foi director de1979 a 1997, foi colaborador do núcleo do ISCED (Huambo), na cadeira de História de Angola e Professor de Antropologia Regional (Cultura Bantu) no Seminário Maior do Cristo Rei (Huambo).
É ainda autor do Dossier Ngangela – Motivo Suficiente para um Estudo Científico de Etnonímia Angolana (INALD, Luanda, 1997).