sexta-feira, 31 de julho de 2015

quinta-feira, 30 de julho de 2015

domingo, 19 de julho de 2015

sábado, 18 de julho de 2015

Por Kamuatata Kyami Kasule, in Jornal A Capital, Luanda, 18.07.15)
"Mangolé de sucesso”. Muitos angolanos deparam-se não poucas vezes com a expressão que invade as residências dos cidadãos por intermédio de um canal de televisão por satélite. 

A expressão chama atenção, pois é apresentada em letras garrafais, apelando os feitos dos angolanos um pouco espalhados pelo mundo, sob apresentação da simpática Angélica Costa. Porém, a razão deste artigo é justamente analisar, segundo a língua kimbundu, claro, caso o termo seja realmente retirado desta língua banthu, o que merecerá uma curta análise. 

Ora vejamos: Se “Mangolé” subentende angolano para a realização do programa, então há uma gralha de concordância e estrutura morfológica da frase na língua kimbundu, visto que a designação apropriada na língua em questão usa-se o prefixo "Mukwa” para formação dos vários adjectivos e substantivos. Exemplo: Mukwa Ngola (originário ou natural de Angola). 

Outrossim, há um termo ou prefixo comumente usado como forma de indicar origem, proprietário ou naturalidade, resultante da forma curta de “Mukwa”, na qual toma a forma curta de “ Mwa”. Exemplo: Mwazanga (ilhéu, natural da ilha) - forma do singular Akwazanga (ilhéus, naturais da ilha) - forma do plural Mwangola ou mwangole (angolano, originário de Angola)- forma do singular Akwbangola (angolanos, originários de Angola)- forma do plural Akwa Kisama (naturais da Kisama) Akwa Uíje (naturais do Uíje) Akwa Malanje (malanjinos ou naturais) Portanto, se o programa é trazer os angolanos naturais, deveria sim trazer também a forma correcta dos naturais de Angola. 


Assim sendo, não é aceitável e nem deve ser considerada tal expressão, pois não transmite nada na língua kimbundu, ao menos que seja uma gíria unicamente falada por quem nunca balbuciou a língua em análise.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Por Cristina Galhardo Amado(Benguela 12 Julho 2013)

Neste livro, o autor, Gociante Patissa, traz-nos catorze textos, apresentados na contracapa como sendo “contos”. Esta tipologia está, sem dúvida, presente em alguns textos, embora vários destes se enquadrem muito mais no sub-género crónica literária. É neste último, sobremaneira, que se notam pontadas de linguagem que se aproxima da jornalística, em apontamentos que auxiliam o leitor (se desnecessariamente ou não, cabe a vós também julgar) a se situar.

Em parte significativa dos textos, o tal “auxílio” ao leitor cede lugar ao enigmático, ao que fica pairando no ar, que vai além da eventual falta de habilidade do leitor, nomeadamente por não dominar a semiótica que permite interpretar não somente literatura, mas tudo na vida. Talvez seja a influência sugerida pelo próprio autor (narrador também, no presente exemplo) no texto “Velho Batalha e a Bicicleta que Não Sabia Correr”, dessa cultura em cuja linguagem “quase tudo é por atalhos, servido na bandeja da metáfora, do fragmentado, da inferência” (p.91). O autor transporta, desta forma, para seus textos essa característica das máximas Umbundu, que têm por norma não oferecer interpretação imediata, fácil ou única ao interlocutor.

No âmbito das que, para mim, se aproximam mais de crónicas, destaco, pelo impacto emocional, “Sapalo e a Avenida do Quase”. Sapalo personifica os tantos que, quem como eu caminha, encontramos nas ruas, perdidos em suas deambulações, nas avenidas “do quase, do sonho por rápidas melhoras, da dor” (p. 84). Em certos momentos, no seguimento do que foi dito acerca do pendor enigmático da narrativa, é endereçado ao leitor um claro convite à interpretação, como sucede particularmente n’”O Calendário da Viúva”, em que o agente se debate com o que classifica como conversa desconexa de Saluquinha, curiosa personagem. Como sugeriu António Lobo Antunes, quem somos nós para dizer que outros são loucos?

Ainda numa tipologia similar, “A Estrela que Não Voltei a Ter” é particularmente tocante, mesclando a crueza não restrita à vida humana e a poesia de quem não esquece o que nos foi arrancado da e na meninice.

Quanto aos que considero contos propriamente ditos, os convites às reflexões e conclusões do leitor estão bem presentes, iniciando logo com o texto que abre o conjunto, o belo “A Minha Mãe é Hortelã”. O conto que dá nome ao livro traz-nos uma personagem que, pela extensão e complexidade de caracterização, parece pedir (logo ele, que também foi biografista) uma narrativa mais extensa.

O último texto, “A Árvore que Dava Leite”, me parece algo desgarrado do conjunto. Sendo um conto de pendor tradicional (como ocorre com “No Reino dos Rascunhos”), é narrado de forma completamente distinta dos anteriores, em que é notória a presença e interferência do narrador, que nos interpela, nos interroga e partilha suas impressões.

O livro, editado pelo GRECIMA [programa «Ler Angola». Luanda, 2014], pode ser encontrado no Kero [rede de mercados]. Boa leitura!

quarta-feira, 8 de julho de 2015


Sexto Sentido TV Zimbo com o escritor Gociante Patissa 2015

Vídeo | Lançamento do livro A Última Ouvinte by Gociante Patissa, 2010

Akombe vatunyula tunde 26-01-2009, twapandula calwa!

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