“(UMBUNDU)
Teke nyita omolãnge
Nduluka lumenye.
Lumenye ka tila owisi
Upika ka tila upange.
Mãyi wanyita ulika
Waseteka ndepungu
Epungu likwete osande
Mume waye ocisangu
Omõla woku lumbula
Nducitila keleva
Onyohã yiteta ohopa
Mandilintya kambovo.
(PORTUGUÊS)
Quando meu filho nascer
Dar-lhe-ei o nome de barata.
A barata não foge fumo
O escravo não foge trabalho.
Nasci sozinho de minha mãe
Como o milho
O milho tem sorte
Seu irmão é a haste [flor do milheiro]
O filho sem pai
Dou-o à luz numa cova
A cobra corta Umbigo
A madrinha é kambovo [macaco]
Na sociedade tradicional Umbundu, o trabalho é tão importante que o
autor desta canção chega a pintá-lo com cores vivas, comparando o homem que se
entrega arduamente ao trabalho, a uma barata e a um escravo.
Na verdade, na sociedade tradicional Umbundu, pelo facto do tecto das
casas ser de capim e por se cozinhar à lenha, o tecto, visto de dentro, fica
completamente guarnecido de fumo. O engraçado é que as baratas nunca resistem
neste meio tóxico”.
[extracto do livro “cantares dos ovimbundu”, página 51, de Padre Basílio Tchikale, 2011. Kilombelombe. Luanda, Angola]
1 ondaka twatambula- comentários:
Acrescentar apenas, quanto a fumos e baratas, que a canção simplesmente incorpora um adágio - não nasceu nela, como autor descreve. É um adágio presente em outras circunstâncias.
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