sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Em conversa no facebook, o meu amigo Isidoro Natalício colocou-me a questão da grafia dos nomes de origem bantu (topónimos e antropónimos). Referia-se o amigo Isidoro que a TPA tem-nos escrito de forma diferente àquela que eu uso na grafia dos "nossos" nomes.
 Luciano Canhanga, in http://mesumajikuka.blogspot.com/

Tendo em conta a importância do assunto, ainda que o debate e as conclusões sejam superficiais, julguei oportuno partilhar as ideias que defendi nesta página que é menos volátil ao tempo.
1º - Os topónimos obedecem, para além da atribuição da designação, a um registo. Esse registo é válido até que o topónimo mude de designação ou se corrija a grafia. Para exemplificar, devo dizer que nos cadastros, a província angolana a sul ro rio Kwanza está registada erroneamente como "Cuanza-Sul" em vez do que seria expectável, Kwanza-Sul. O mesmo se pode aplicar ao meu nome Canhanga que devia grafar-se Kanhanga para obedecer ao alfabeto convencionado pelo CICIBA (Centro de Investigação das Civilizações Bantu). 
2º - As regras do CICIBA para a ortografia das línguas bantu diz que a letra C tem o fonema de TCH, TX, TSH. Exemplos: Cikala-Colohanga, Cindjendje, Citembu, Civingiru, Citende Cya Zango, Cipalavela, etc.
Sempre que as vogais I e U estejam  junto de outras, as primeiras devem mudar para Y e W. Exemplo: "muanha" (sol) deve grafar-se correctamente "mwanha); "dinianga" (abóbora) deve grafar-se "dinyanga"; "kizua"=kizwa, etc.  

Para obtermos o fonema equivalente em Português a "C" devemos grafar "K". Kanhanga, Kambundi-Katembu, Kalulu, Kahála.
Não sou telespectador atento da TPA e não sei dizer se grafam de acordo aos registos portugueses ou se de acordo ao alfabeto das língua bantu. De uma coisa, porém, tenho certeza: É preciso corrigir urgentemente os registos dos nossos topónimos (calculo que o MAT- Ministério da Administração do Território-  tenha já um projecto nesse sentido) e passar-se a exigir que haja uma grafia correcta dos topónimos de origem bantu. 

Não se pode aceitar que a nossa moeda seja Kwanza e o rio que lhe dá o nome ainda se designe Cuanza. O que se passa hoje é que não há rigor. Cada escreve como bem entende. Eu que sou adepto da grafia segundo a originalidade dos nomes, tenho grafado como será no futuro. Para o presente, pode ser que alguém considere o meu procedimento errado.

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